sábado, 23 de maio de 2009

História Antiga - Antiguidade Clássica

Habitualmente costuma – se dividir o processo histórico de Roma em três fases, de acordo com a cronologia tradicional: Realeza, que está relacionada as origens de Roma 753 a. C.) e se estende até 509 a. C. fim da monarquia etrusca; República, regime político baseado no governo do Senado e de magistrados e Império a partir do governo de Augusto até a derrocada final do Império Romano do Ocidente, em 476 d. C.

A Monarquia romana provavelmente foi dirigida por sete reis, ( é importante salientar, que alguns deles realmente existiram, outros são apenas lendas).

Organização política:

O rei, era eleito e tinha uma mandato vitalício, ele exercia as funções de chefe político, militar e religioso. Outra instituição política importante era o Senado, conhecido como Conselho dos Anciãos ( Senex = Velho), composto pelos representantes da principais famílias. A Assembléia Curiata, possuía o papel de elaborar as leis e era constituída pelos membros da cúria ( unidades religioso – administrativas que integrava vários gens).

Organização social:

Os membros das gens eram conhecidos como Patrícios, eram os grandes e médios proprietários de terras, únicos com direitos políticos. Existiam os Clientes, estavam vinculados aos patrícios, eram livres, mas dependiam dos patrícios, que cediam um pedaço de terra em troca de serviços. A maioria esmagadora da população romana era constituída por plebeus, camponeses, artesãos, pequenos proprietários e comerciantes; todos homens livres, no entanto, não possuíam direitos políticos, eram obrigados a para impostos. Nessa fase histórica, a escravidão já existia, mas ainda não era um fator determinante para a economia romana.

O término desse período da história romana, ocorre através de um golpe conduzido pelos patrícios.

Organização econômica :

A sistematização econômica dos primeiros habitantes de Roma, estava voltada para agricultura e a criação de animais. Inicialmente as terras eram coletivas, ao longo do tempo algumas famílias se constituíram em uma rica aristocracia, concentrando as melhores terras.

República

Nesse período histórico, ocorreu uma alteração política em Roma, a instituição mais poderosa foi deslocada do rei, para o Senado, composto pelos patrícios. Os membros continuavam vitalícios e decidiam sobre questões políticas e militares internas e externas. Paulatinamente a Assembléia Curiata perdeu as suas funções políticas, cabendo apenas às atividades religiosas. Ganha força a Assembléia Centuriata, constituída por patrícios e plebeus, seu papel era de eleger os magistrados:

As principais Magistraturas:

Consulado - magistrado superior em política, administração e comando militar;

Censura – recenseamento dos cidadãos, elaboração das listas de cavaleiros e álbum do Senado, examina os costumes e administra o patrimônio do Estado.

Pretura – competência judiciária e política em Roma, comando militar;

Questura – auxiliares dos magistrados superiores, com encargos financeiros e de gestão do tesouro;

Edilidade – superintendência dos mercados e vias públicas organização de jogos;

Tribunato da plebe –– surgiu fruto das tensões entre os patrícios e os plebeus, eleito exclusivamente pela plebe, possuía direito a veto quando as leis eram consideradas lesivas aos plebeus, competência geral, podendo vetar todo ato de um magistrado e se opor a decisões do Senado Direito de propor plebiscitos;

Ditadura – indicado em caso de guerra ou revolução, em ocasiões excepcionais.

Senado – constituiu o espaço político mais importante da República.

Expansão e conquista de Roma

A fase republicana romana significa, um tempo de conquista e expansão do território, tornando – se um vasto império, subjugando vários povos. A expansão ocorreu em duas fases distintas: a primeira consistiu nas conquistas internas. Com a península Itálica dominada, Roma tornou – se uma potência econômica e militar. As conquista externas, iniciaram com a guerra realizada contra Cartago, importante cidade mercantil. Assim, Roma gradativamente deixava de ser uma simples cidade – estado.

As mudanças de Roma originadas pelas conquistas

Do ponto de vista interno, ela sofreu uma série de alterações na sua estrutura política e nas relações sociais e econômicas. As regiões conquistadas eram saqueadas e suas riquezas eram apoderadas por Roma, o povo obrigado a pagar impostos e transformados em escravos. É importante destacar, que as riquezas conquistadas concentravam – se nas mãos dos patrícios, excluindo uma massa popular dessas riquezas.

As conquistas romanas provocaram um empobrecimento dos pequenos agricultores, devido a utilização e aumento do trabalho escravo em Roma. Nos campos, as grandes propriedades agrícolas passaram a empregar mão – de – obra – escrava. Sem condições de competir com os grandes proprietários, os pequenos agricultores, arruinados foram obrigados a migrar para as cidades.

O escravismo romano

A origem dos escravos era bastante variada: filhos de escravos, crianças abandonadas e rejeitadas e, sobretudo, os prisioneiros de guerra, sendo a maior fonte fornecedora de escravos para a produção. Eles exerciam as mais diversas funções: desde o trabalho doméstico, passando pelas atividades comerciais e artesanais, duro trabalho no campo, minas e pedreiras etc. Assim, a República Romana tornava – se um Estado escravista.

A Luta entre patrícios e plebeus

A passagem da história de Roma da Monarquia a República, representou o controle do poder pelo Senado e seus aliados patrícios. Os excluídos da vida política se organizaram e reagiram. A ação da plebe se articulou como uma luta que durou mais de dois séculos, resultando na criação pelos plebeus de um “ Estado dentro do Estado”.

Tribuno da Plebe, conseguiram a construção de um templo destinado às divindades agrárias ( Ceres, Libero e Líbera),conquistaram a Assembléia da Plebe, assim, em meados do século V a. C., a plebe conseguiu fazer com que o direito então vigente fosse transformado em código de leis escritas. Trata – se da chamada Lei das Doze Tábuas, proibia o casamento entre patrícios e plebeus, portanto, foi criada a Lei da Canuléia. Abolição da escravidão por dívida, Leis Licinias – sextias , obrigatoriedade de nomear um cônsul plebeu todos os anos, Leis que visavam melhorar a situação da plebe: uma sobre a redução das dívidas, permitindo deduzir do montante as somas já pagas com juros, limitação da extensão de terras públicas que poderia ser ocupada por um indivíduo, Lei Hortênsia deu validade legal às decisões da assembléia popular da plebe, os plebiscitos ( considera – se que essa lei marca o fim da luta entre patrícios e plebeus)

O aluno deve perceber que essas conquistas não produziram mudanças radicais na sociedade romana, o que ocorreu, na verdade foi uma fusão dos grupos da elite plebéia com os descendentes do antigo patriciado, ampliando se a classe dirigente, que agora formava uma nova classe nobilitas) detentora do poder.

As reformas

Os irmãos Tibério e Caio Graco tentaram resolver questões relacionadas com a terra, através de reformas. Tibério eleito Tribuno da Plebe tentou solucionar esses problemas com a denominada Lei Agrária, o objetivo dessa lei era a recuperação e distribuição das terras que haviam pertencido ao Estado. Elas seriam entregues aos lavradores empobrecidos, desde que eles firmassem um compromisso de cultivá - las por conta própria.

Caio Graco, também tentou articular as idéias do irmão, renovando as, pretendeu ampliar a construção de obras públicas, como forma de combater a miséria. Propôs a Lei do Trigo, que possibilitava aos plebeus adquirirem trigo a preços mais baixos, buscou viabilizar a Lei Agrária.

DECADÊNCIA DO IMPÉRIO ROMANO

Fatores da Crise:

1- Diminuição da produção – a maior da parte da geração de riquezas era garantida pelo uso do escravo, capturados nas guerras de conquistas. A partir do século I essas guerras foram reduzidas, assim, diminuindo o número de escravos. Os romanos não tiveram a preocupação de organizar técnicas que facilitassem o trabalho ou mesmo que tornasse mais produtivo;

2- O colonato – constituiu – se uma relação de trabalho em que um trabalhador, podendo ser plebeu urbano, ex – escravo ou pequeno proprietário arruinado, transferia se para uma grande propriedade rural, recebendo uma casa e uma parcela de terra para cultivar. Em troca, cedia uma parte da produção para o dono da terra;

3- Gastos demasiados com funcionários e exército – o espaço geográfico que os romanos haviam conquistado era enorme, assim, para manter o domínio sobre seu império e sobretudo, poder administra – lo, o Estado tinha muitas despesas, em destaque com as forças militares;

4- Diminuição da arrecadação – o governo romano conseguia recurso cobrando tributos em seu vasto império. A cobrança, no entanto, era realizada de modo diferente, conforme a região. Havia locais onde a cobrança dos impostos era feita diretamente pelos funcionários do governo. Em outras, áreas isso era feito por particulares, que ficavam com uma certa parcela e deveria entregar grande parte ao Estado, porém, como existiam muitos corruptos entregando a menor parte dos tributos cobrados ao governo.

5- Aumento dos impostos – como estava ocorrendo uma diminuição na arrecadação dos impostos, os imperadores romanos passaram a cobrar mais tributos.

6- O Estado gastava mais do que arrecadava – ocorreu um período que o Estado, estava gastando mais do arrecadava, então, passou a emitir moedas, provocando inflação e aumento dos preços das mercadorias, em especial os gêneros alimentícios;

Ressaltar: diante da crise os imperadores romanos passaram a adotar algumas soluções para conter a crise administrativa e financeira, no intuito de equilibrar suas finanças, diminuíram o número de funcionários e inclusive de soldados em algumas regiões. Com a redução do número de soldados, algumas fronteiras ficaram fragilizadas, facilitando a penetração de povos “bárbaros” em território romano, em grande parte objetivando conquistá – los

7- As invasões dos povos “bárbaros” germânicos – esses povos penetraram o Império Romano pacificamente. Grandes parte deles foram aceitos até mesmo no exército, chegando ocupar postos importantes. Aproximadamente no século IV, um outro povo bárbaro, de origem asiática, os Hunos, atacou os germanos que viviam na fronteira, para se defender do ataque, os germanos invadiram, em massa, as terras romanas, em destaque a parte ocidental.

Questões

1-(SANTANA)

A queda da realeza em 509 a.C. marcou, como sabemos, uma mudança institucional: o início da república e o controle do poder pelo senado o antigo conselho real. Um grupo de famílias da velha aristocracia aproveitou o fim da monarquia e as dificuldades externas dos primeiros decênios do século V a.C. para monopolizar o poder. Os patrícios, os descendentes dos senadores (patres), que se apresentavam como membros das mais antigas famílias de Roma, reservaram para si os novos cargos republicanos, magistraturas e sacerdotes. Formaram um grupo fechado, que excluía os plebeus do governo.

Os cidadãos excluídos da vida política se organizaram e reagiram. A ação da plebe se articulou como uma luta política que durou mais de dois séculos, resultando na criação pelos plebeus de um “Estado dentro do Estado”.

Com relação à luta entre patrícios e plebeus, analise as afirmativas e em seguida assinale a alternativa correta.

I- A criação das instituições plebéias se iniciou em 494 a.C., quando ocorreu a primeira secessão da plebe. Descontentes com a legislação sobre dívida e com a falta de proteção aos cidadãos, os soldados plebeus se recusaram a obedecer aos cônsules e se retiraram provavelmente para o monte Aventino.

II- Os plebeus conseguiram que fossem criados dois cargos de magistraturas especiais os Tribunos da Plebe, encarregados de defender seus interesses.

III- A massa plebéia era homogênea e, foi devido a esse caráter que os plebeus conseguiram aprovar a Lei das Doze Tábuas que constituiu primeiro Código de Lei escrita de Roma, garantindo aos cidadãos o seu conhecimento.

IV- Os patrícios expressando a vontade de consolidar sua oligarquia tendendo a transformar se em “castas”,reservando aos seus membros o privilégio de matrimônio por confarreativo,o qual ,no entanto,foi ampliando aos plebeus pela Lei da Canuléia, 445,dando origem aos casamentos mistos .

a) Todas

b) Apenas I e II estão corretas.

c) Apenas III e IV estão corretas.

d) Apenas III está incorreta.

e) Apenas IV está incorreta.

2- (SANTANA) Leia o texto e responda.

Pão e circo

Sabia bem [ o imperador] que os romanos se conquistam sobretudo com duas coisas: a distribuição do trigo e os espetáculos públicos. O governo de um imperador é avaliado tanto pelos divertimentos como pelas coisas sérias.descurar os assuntos importantes pode provocar um prejuízo maior, mas descurar os divertimentos provoca maior descontentamento.”

(Marco Cornélio Frontão. Introdução à história. In: GIARDINA, Andréa (Org.). O homem romano. Lisboa: Presença, 1991. p.225.)

Analise as afirmações e em seguida assinale as corretas.

I- O texto se refere ao período da história romana correspondente a fase da república.

II- De acordo com o texto os governantes deveriam tomar alguns cuidados relacionados com a população, sendo o imperador o responsável pelas necessidades de alimentação e de divertimento da população.

III- A oferta de alimentos e diversões era importante porque era um instrumento do imperador obter apoio popular. O descuidado com essas obrigações não acarretaria grandes prejuízos.

IV- O autor se refere aos seguintes divertimentos que correspondem principalmente: as lutas de gladiadores, no Coliseu, e corridas de carros, no Circo Máximo.

V- O texto mencionado é uma alusão ao período da história romana correspondente ao Império e faz referências ao imperador.

( ).

3- (SANTANA) A evolução constitucional da cidade conservou todo o poder político aristocrático durante a fase clássica de sua civilização urbana.

(ANDERSON, Perry. Passagem da Antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense. 1998, p.51 )

Sobre a República romana escolha as alternativas incorretas.

I- A partir da instauração da República os patrícios romanos retomaram o seu poder e reconheceram a importância e direitos dos plebeus nesta nova organização política, daí institui – se, uma democracia aos moldes da democracia ateniense.

II- A camada de escravos romanos cresceu consideravelmente neste período, pois os romanos realizaram diversas conquistas. Os escravos não organizaram reações a sua condição de vida.

III- O período republicano caracterizou – se por constantes conflitos entre patrícios e plebeus que reivindicavam direitos sociais e políticos.

IV- Durante o período republicano, o Exército teve pouca influência no processo de conquistas, mas mesmo assim, os chefes militares passaram a ter grande importância política.

V- A plebe representava uma numerosa e importante camada social, pois era necessário tanto para força de trabalho como para o Exército.

( )

4- (SANTANA) O Império Romano organizou um amplo aparelho militar e burocrático para conseguir manter sua estrutura grandiosa. Essa máquina administrativa não conseguiu evitar a corrupção, as intrigas e os conflitos pelo poder. Ao mesmo tempo em que alcançava o ponto máximo de sua expansão territorial, sofria contradições, pois a partir de seu auge deflagrou – se o processo de decadência.

Sobre esse processo assinale a alternativa incorreta.

a) A crise da mão – de – obra escrava, a partir do século III, é apontada como um dos fatores responsáveis pela referida decadência romana.

b) A pressão dos povos “ bárbaros”, invadindo as fronteiras do império, somada às tensões e revoltas sociais, tanto no âmbito interno como nas províncias, contribuíram para o fim deste império.

c) A crise da mão – de – obra escrava em nada contribuiu para a crise da civilização romana, pois este império não dependia deste tipo de mão- de- obra para sua sustentação, tendo e, vista que o movimento da economia romana era os impostos cobrados.

d) A desintegração do império romano e suas conseqüências e implicações, deu início à interpenetração de três elementos que formaram o período medieval: o legado romano, o germânico e o cristianismo.

e) Diminuição da arrecadaçãoo governo romano conseguia recurso cobrando tributos em seu vasto império. A cobrança, no entanto, era realizada de modo diferente, conforme a região. Havia locais onde a cobrança dos impostos era feita diretamente pelos funcionários do governo.

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